O Retail’s Big Show é a maior e mais importante conferência varejista, realizada anualmente pela National Retail Federation (NRF).
Em 2024, o evento aconteceu nos dias 14,15 e 16 de janeiro em Nova York e trouxe destaque para as tecnologias que moldarão o cenário do varejo e do consumo mundial.
Com mais de 6.500 marcas e 35 mil participantes, o evento reuniu líderes do setor, marcas visionárias e palestras com especialistas que mostraram os caminhos do futuro do varejo e como seguir por ele para se adaptar às mudanças.
Neste artigo, reunimos as principais lições e insights do NRF 2024 para você ficar atento.
1. A Inteligência Artificial como força motriz
O Insight do NRF 2024 mais marcante e unânime foi sobre a atuação da Inteligência Artificial no varejo. Porém, no varejo, essa é uma tecnologia que vai muito além do hype do ChatGPT ou do Gemini.
A IA Generativa será a força motriz da experiência personalizada para o consumidor, sendo a tecnologia que será capaz de impulsionar a produtividade, eficiência e rentabilidade do setor. De acordo com as tendências apresentadas na conferência, a IA será cada vez mais presente em:
Vendas no piloto automático: a automação de tarefas repetitivas no varejo
A inteligência Artificial Generativa traz ganhos financeiros e produtivos para todas as pontas da cadeia varejista. De acordo com novos estudos, o foco será em automatizar tarefas, desde as mais simples e repetitivas até as mais complexas, por exemplo:
- categorização de atendimentos;
- respostas de perguntas frequentes;
- processamento e faturamento de pedidos;
- envio de atualizações sobre entregas, cancelamentos e outras notificações
Marketing personalizado: mantendo o seu cliente engajado
A inteligência artificial abre um leque de oportunidades para personalizar interações e criar conexões mais duradouras e significativas com os clientes.
A partir da coleta inteligente de dados e comportamentos e da utilização de algoritmos avançados, as marcas criam conteúdos originais nos mais diversos formatos e canais de distribuição.
Alguns exemplos do uso de dados coletados pela IA Generativa para marketing personalizado é a geolocalização e armazenamento do histórico de compra.
O uso da geolocalização, por exemplo, pode ser usado para divulgar promoções em datas comemorativas regionais, itens de preferência dos clientes de determinadas regiões. Além disso, ainda reduz os custos e tempo logísticos com as entregas.
Já o histórico de compras pode ser usado pelo marketing para enviar mensagens de cupons para os produtos preferidos do cliente, enviar recomendações de refis, por exemplo.
Retail Media: canais de vendas como rede de publicidade
Falando em marketing, outro termo que passou bastante pelo NRF 2024 é o Retail Media. Trata-se da estratégia de utilizar os canais de venda e de comunicação das lojas como frente de marketing e publicidade.
Essa é uma forma de trazer o público-alvo para mais perto da marca e dos canais de venda, sem depender de plataformas terceiras — o que também encurta a jornada de compra.
Com implementação de tecnologias, como a Inteligência Artificial, o retail media cria verdadeiras gôndolas digitais que também impactam nas vendas físicas. Além disso, essa estratégia torna as decisões de investimentos em marketing mais claras e orientadas a dados, já que os gastos com anúncios e campanhas ficam mais claros em canais próprios da marca.
2. Integrações omnichannel: união inteligente do físico e do online
A integração de sistemas de gestão e canais de comunicação nas lojas físicas e online será um dos critérios para criar experiências personalizadas, positivas e mais eficientes.
Unir sistemas financeiros, de e-commerce, de PDV, estoque, marketing, CRM e de comunicação automatizada estarão cada vez mais inteligentes e integrados para impulsionar o crescimento do negócio e a eficiência operacional das lojas online e físicas.
Imagine, por exemplo, que um cliente pode iniciar a jornada de compra na loja física, mas finalizá-la no Whatsapp. Quando as integrações são inteligentes, esse processo é feito sem interrupções e sem a necessidade de repetir informações.
Dessa forma, a gestão melhora tanto o relacionamento e a experiência de compra dos clientes, como terá acesso a uma visão completa e holística das operações. Essa é uma forma eficiente de ter dados e identificar gargalos.
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3. O aumento da geração Z como consumidores
Até 2030, a geração Z (nascidos entre os anos de 1997 e 2012) representaram 55% dos consumidores do varejo.
Essa é uma faixa etária altamente engajada no WhatsApp e nas redes sociais, por isso parte de suas decisões de compras são influenciadas pelo o que consomem na internet.
Além disso, por mais que alguns membros da geração Z ainda não tenham independência financeira, eles têm papel ativo nas influências e nas decisões de compra da família. Por outro lado, são um público mais fiel e altamente engajado com as marcas.
Nesse cenário, as lições tiradas da NRF 2024 reforçam que, mais do que adquirir produtos, a geração Z busca por experiências de compras personalizadas, jornadas de compra simplificadas.
4. O funil de vendas já não é mais o mesmo
Com a mudança de comportamento e inteligência artificial mais presente na jornada de compra, o funil de vendas tradicional passou a ser o ciclo de vendas. Agora, esse é um processo de criar relacionamentos e conexões do que somente atração e captação.
O uso da tecnologia no varejo democratizou o acesso à informação e aos concorrentes. Isso tornou o consumidor mais pesquisador e exigente quanto às experiências que vão do pré ao pós-venda.
Além disso, a jornada dos clientes não é mais linear, mas sim um processo que vai e volta e pode variar entre os canais online (WhatsApp, e-commerce e redes sociais) e as lojas fĩsicas.
Para isso, os varejistas precisam focar em recomendações personalizadas, produção e distribuição de conteúdos relevantes para mantê-los engajados e atendimento instantâneo.
5. Compras online não acontecem somente nos sites de e-commerce
Outro movimento de compra que surge a partir da tecnologia e das preferências de comunicação e compra dos consumidores é o conversational commerce. O WhatsApp já se consolidou como canal de compra e venda, sendo a preferência de até 63% dos consumidores – de acordo com pesquisa realizada pela Opinion Box.
Além do WhatsApp, as redes sociais (live commerce e social commerce) vêm se tornando novas frentes de vendas que devem ser utilizadas pelas marcas. Na China, por exemplo, 50% dos consumidores acompanham lives de vendas todos os dias e são influenciados por elas.
No Brasil, esse formato aparece de forma mais tímida, mas já chegou a taxa de 20% de conversão. Além dos formatos em vídeo, o Tiktok Shops é aguardado pelos varejistas brasileiros, principalmente depois de acompanhar o seu lançamento positivo nos Estados Unidos.
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As lições e insights da NRF 2024 Big Show reforçam que as tendências do varejo e do consumo estão todas atreladas ao uso da tecnologia e do ambiente online. A adesão desse novo cenário não é somente uma questão de escolha, mas sim de adaptabilidade a um novo cenário consumidor e valorização de marcas.
E, falando em tendências e tecnologias, confira cases e impactos da hiperautomação no varejo